Quem já limpou um pedaço de carne com certeza já se deparou com um tecido fibroso, cintilante esbranquiçado e quase que impossível de cortar com a faca, esse é o tendão. Ele está presente nas 2 extremidades de um músculo conectando esse a um osso.
Quando o músculo contrai, ele encolhe puxando os tendões que por sua vez puxam os ossos, e assim temos o movimento.
Quando submetido a uma exigência maior do que pode suportar, essa estrutura sofre microlesões e inflama.
Trazendo dor, perda de função e algumas vezes inchaço. Em alguns casos pode ocorrer o rompimento parcial ou completo do tendão.
No joelho, a tendinite pode aparecer em 3 regiões: Na frente do joelho: mais conhecida como síndrome do saltador , o tendão do músculo quadríceps inflama gerando dor na parte superior e/ou inferior da patela. Ganhou esse nome por ser mais comum em praticantes de atividades que têm muitos saltos.
Na lateral do joelho: conhecida como síndrome do corredor , como já abordamos anteriormente, é a inflamação do tracto iliotibial , um tendão que percorre toda a lateral da coxa e se conecta aos músculos do quadril. Tem esse nome por ser muito comum em corredores e ciclistas.
Na parte interna do joelho: conhecida como tendinite da pata de ganso ou anserina, tem esse nome porque o formato da região se assemelha a uma pata de ganso, nela se prendem os músculos semitendinoso, semimembranoso, grácil e sartório. A tendinite aparece mais comumente nos músculos que fazem a flexão do joelho (semitendíneo e semimembranoso).
O diagnóstico é feito através do histórico apresentado, sensibilidade e dor na extensão do tendão, testes funcionais, teste de força e em alguns casos exames de imagem como ultrassom e ressonância magnética.
O tratamento inicia com o controle da dor e inflamação com gelo , laser , em alguns casos anti inflamatórios e diminuição ou parada , em casos extremos, da prática esportiva.
Numa segunda fase, damos início aos exercícios de fortalecimento para reequilíbrio da musculatura. Devolvendo aos músculos a capacidade de absorver carga e diminuir a sobrecarga no tendão.
Enfatizando os exercícios em que o músculo perde para a ação da gravidade (excêntricos), aos poucos aumentando a carga (peso) de trabalho. Além de já iniciar exercícios de controle motor e equilíbrio.
Na terceira fase, intensificamos o treino de força, iniciamos o trabalho de gesto esportivo e pliometria (saltos) até encaminhar o paciente para alta.
Vale lembrar que trabalhamos não só os músculos afetados, mas todo um reequilíbrio da musculatura do joelho, quadril e tornozelo.
Em casos cirúrgicos, o tendão é “costurado” e após a cirurgia o tratamento se dá da mesma forma que no caso conservador.
Vale lembrar que quanto mais machucado o tendão e mais sedentário o paciente , mais tempo o processo de reabilitação pode levar.