R. João Alvares, 1571 | Campo Belo | SP

Joelho Condromalacia Patelar

[JOELHO] Condromalácia Patelar

Foto de  Ana Grassmann

Ana Grassmann

Fisioterapeuta | Crefito 102814

A patela é aquele ossinho da ponta do nosso joelho, ele articula com o fêmur e é o ponto de fixação do músculo quadríceps (frente da coxa) se conectando à tíbia (osso da perna). 

É responsável por facilitar os movimentos de flexão e extensão dos joelhos servindo como uma polia.

Entre a patela e o fêmur , as superfícies articulares são revestidas por cartilagem, estrutura que amortece impactos e facilita o deslizamento entre os ossos, é pouco/nada irrigada pela corrente sanguínea e não recebe inervação.

Pela grande incidência de forças nessa articulação, a cartilagem femoropatelar é uma das mais espessas do nosso corpo.

Essa espessura garante o encaixe perfeito, melhor amortecimento e uma ótima distribuição de cargas. 

Qualquer alteração nesse mecanismo, pode causar sobrecarga e desenvolver o que chamamos de condromalácia patelar ou síndrome femoropatelar.

A síndrome femoropatelar, então, é o desgaste da cartilagem da patela.


Existem vários graus de evolução do desgaste que vai desde um amolecimento desse tecido, evoluindo para pequenas rachaduras que vão se abrindo e chegando à exposição do osso subcondral (osso abaixo da cartilagem) , a evolução disso já é considerada artrose.

Por esse tecido ser pouco inervado, na maioria das vezes o paciente só refere sintomas quando já apresenta um grau mais avançado da síndrome, o que dificulta o tratamento pois esse tecido não cicatriza, sendo impossível reverter o processo degenerativo, mas felizmente conseguimos com o tratamento adequado retardar sua evolução.

A causa exata da condromalácia ainda é desconhecida, o que sabemos é que está relacionada com um desequilíbrio das forças no joelho, o que diminui a superfície de contato entre os ossos aumentando a pressão entre eles e assim “gastando” mais rápido a articulação.

Esse desequilíbrio pode ser causado por fraqueza muscular , desvios de eixo como joelho em “X” (mais comum em mulheres) ou em alguns casos de traumas diretos ou como resultado de luxações repetidas da articulação femoropatelar, que esmagam e “lascam” a cartilagem respectivamente.

Também pode estar associada a alguma alteração na composição do tecido condral predispondo ao seu amolecimento e consequentemente as erosões pelo uso.

Como comentado anteriormente, o processo de desgaste da articulação começa muito antes do paciente apresentar sintomas.

A cartilagem vai sofrendo desgaste, ate que muitas vezes apresentar uma sensação de crepitação (areia dentro do joelho), evoluindo para a dor na região anterior do joelho principalmente ao subir e descer escadas, agachar ou mesmo depois de um tempo sentado com o joelho dobrado.

O inchaço da articulação também é bem comum nessa síndrome, podendo aparecer depois da prática esportiva ou atividade mais intensa.

O diagnóstico é feito através da avaliação clínica detalhada , onde se coleta a história da lesão do paciente, exames clínicos como a palpação, testes específicos das estruturas relacionadas , investigamos desequilíbrios musculares ou mesmo alterações anatômicas.

Somado a estes, caso ainda tenha necessidade de saber mais detalhes da lesão e em que estágio está, a ressonância magnética é o exame mais indicado.

Como estamos falando de um processo degenerativo progressivo, a condromalácia não tem cura, por isso quanto antes for diagnosticada e iniciado o tratamento, mais rápido conseguimos minimizar seus efeitos e retardar sua evolução.

Numa fase inicial o tratamento se dá com controle da dor e edema através de recursos eletrofototerapeuticos (laser, ultrassom, tensão…) e gelo.

Nessa fase também são sugeridos o uso de joelheiras e palmilhas, para melhorar o encaixe da patela e reduzir os desvios de eixo respectivamente.

O fortalecimento muscular numa segunda fase é iniciado obedecendo os ângulos de proteção da articulação, à medida que a musculatura já consegue absorver melhor a sobrecarga, esse ângulo vai aumentando até a execução completa dos movimentos isso se aplica à cadeira extensora , leg press e agachamentos. 

A reeducação dos movimentos do dia a dia completa o trabalho da fisioterapia,  com o objetivo de transferir a parte da pressão gerada na articulação femoropatelar para a musculatura dos glúteos e posterior da coxa. 

Também melhorar o encaixe da patela dentro do seu “trilho” de movimento aumentando a superfície de contato e consequentemente aliviando a pressão na articulação.


Posteriormente o paciente passa a fazer um trabalho de volta às atividades físicas aplicando esses conceitos dentro do gesto esportivo até a sua alta. 

Em alguns casos mais avançados da patologia, além da fisioterapia, é indicada a infiltração com ácido hialurônico com objetivo de “lubrificar” a articulação diminuindo assim o atrito entre os ossos e em casos mais extremos, a artroscopia.

NOSSOS CONTEÚDOS

[COLUNA] Fraturas vertebrais

As fraturas na coluna vertebral de um ou mais ossos da coluna podem ser causadas por traumas decorrentes de acidentes automobilísticos, quedas, mergulho em água rasa ou traumas esportivos.

leia mais »